O seminário "O futuro do emprego e o emprego do futuro", em si, não é mais notícia nova, porque esse fórum de discussão já foi publicado em diversos veículos há alguns meses. Ainda assim, as questões levantadas e debatidas permanecerão por muito tempo e serão inevitavelmente revisitadas de quando em quando: automação x emprego, economia x sustentabilidade, gente x tecnologia, diplomas x realizações. Esta última, que tudo tem a ver com a formação dos profissionais do futuro, foi citada de forma unânime pelos especialistas como a chave para a relação entre empregabilidade e as mudanças por vir.
Ao contrário do que era valorizado pelas gerações de profissionais das últimas décadas - quando as formações especializadas rendiam as melhores posições - o profissional do futuro precisará conjugar conhecimentos que hoje são aprendidos de forma separada, como automação e medicina ou programação e biologia ou, ainda, eletrônica e moda. A capacidade de trabalhar ou coordenar grupos multi-disciplinares pode estar à frente da certificação técnica em si, já que as grandes inovações estarão na junção de áreas de trabalho antes distintas. Recentemente a Google anunciou que não exigirá mais curso universitário em suas contratações, indicando uma importante mudança no mercado de trabalho que deverá colocar as experiências e realizações acima dos diplomas.
Outra mudança prevista é o nascimento e morte constante de novas profissões. Conforme a tecnologia avança novas funções são criadas e depois substituídas pela continuidade do mesmo avanço. Como esse processo acontece cada vez mais rápido, é muito provável que a mesma pessoa tenha que exercer 2, 3, 4 profissões diferentes ao longo de sua vida produtiva em um futuro próximo, exigindo versatilidade nas suas habilidades e conhecimentos.
Por essas razões, o futuro está ligado à aglomeração de diversos grupos de conhecimento antes ministrados separadamente, chamada pelo Prof. Paulo Feldmann de formação generalista, e ainda o desenvolvimento de capacidades sociais e mentais que ajudem no trabalho e convívio com grupos heterogêneos.
Enfim, me parece que expandir nossas áreas de interesse e tirar o melhor proveito da diversidade é o caminho para um futuro de inovação. Se assim o for, será muito bem-vindo! Agradeço à Roboris do Brasil por me convidar para fotografar a participação de seu gerente de engenharia, Guilherme Thiago de Souza, neste evento promovido pela Folha de SP e o SENAI.
Segue um resumo de imagens do evento com boas-vindas do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e abertura do presidente da Elsevier e diretor do RELX, Youngsuk 'YS'Chi. Fotos: Ricson Onodera.